Nos primeiros RPGs de mesa, os personagens eram basicamente representações simples de classes e atributos. No entanto, à medida que o tempo passou e a indústria dos jogos evoluiu, muitos sistemas começaram a permitir mais profundidade na criação dos personagens, resultando em histórias e experiências mais imersivas para os jogadores. Hoje, jogos como Vampiro: A Máscara e GURPS oferecem possibilidades de criação de personagens que vão além de atributos básicos, permitindo aos jogadores desenvolver histórias complexas e até mesmo explorar as motivações mais íntimas de seus personagens dentro do universo do jogo.
Nos primeiros jogos de RPG de mesa, como Dungeons & Dragons, a criação de personagens era relativamente simples. Os jogadores escolhiam entre algumas classes básicas, como guerreiro, mago ou clérigo, e designavam atributos como força, destreza e inteligência. Embora essas escolhas definissem as habilidades do personagem, o foco estava mais nas mecânicas do jogo do que no desenvolvimento profundo de sua personalidade ou história. Os jogadores eram muitas vezes definidos por suas habilidades em combate ou por suas capacidades mágicas, sem grandes aprofundamentos no que tornava o personagem único ou suas motivações pessoais.
Com o tempo, os jogos começaram a evoluir, permitindo maior complexidade na criação de personagens. Em títulos como Vampiro: A Máscara, os jogadores não apenas escolhem uma classe ou um conjunto de habilidades, mas também constroem uma narrativa para seus personagens. A história de fundo, as motivações e os dilemas internos tornam-se partes essenciais do jogo, influenciando as escolhas e o comportamento do personagem durante as aventuras. Além disso, a personalidade e os conflitos internos dos personagens desempenham um papel significativo nas decisões do jogador, criando uma experiência de jogo mais rica e envolvente.
O sistema de RPG GURPS (Generic Universal RolePlaying System) é um exemplo de como a criação de personagens pode ser extremamente detalhada e personalizada. GURPS permite que os jogadores criem personagens com uma grande variedade de habilidades e características, incluindo traços psicológicos, habilidades sociais e até mesmo fobias. Isso possibilita que os jogadores desenvolvam histórias de personagens com muito mais profundidade do que as permitidas nos primeiros jogos de RPG.
Por outro lado, Vampiro: A Máscara foca em uma narrativa emocionalmente carregada, onde os jogadores não apenas controlam vampiros com poderes sobrenaturais, mas também exploram a luta interna entre sua humanidade e sua natureza monstruosa. A história de fundo de cada personagem é um elemento-chave, afetando como ele interage com outros vampiros e com o mundo ao seu redor.
À medida que os RPGs se tornaram mais centrados no desenvolvimento narrativo, os personagens passaram a ser vistos não apenas como peças no tabuleiro, mas como protagonistas de suas próprias histórias. Cada personagem possui uma história única, cheia de emoções, conflitos e crescimento. Essa abordagem permite que os jogadores se conectem de forma mais profunda com seus personagens, tornando suas experiências no jogo mais pessoais e significativas.
Com o tempo, as histórias dentro dos RPGs também se tornaram mais sofisticadas. O enredo deixou de ser simplesmente uma linha reta de eventos, e passou a incluir várias ramificações, escolhas morais e resultados alternativos. Isso é especialmente visível em jogos como The Witcher 3 e Dragon Age, onde as decisões dos jogadores têm um impacto direto no desenvolvimento da história. O foco nas histórias criadas pelos jogadores também permite que o jogo se torne mais flexível, com os mestres de jogo e os próprios jogadores colaborando para criar uma narrativa única para cada campanha.
A evolução dos personagens e das histórias no RPG é um reflexo do crescimento do próprio meio. O que começou com personagens simples e mecânicas básicas se transformou em uma experiência profunda e envolvente, onde os jogadores podem explorar as complexidades de suas próprias criações. Jogos modernos como Vampiro: A Máscara e GURPS continuam a ampliar os limites do que é possível em termos de criação de personagens, tornando o RPG uma forma de expressão narrativa tão rica e diversificada quanto qualquer outro meio de entretenimento.