Ermos

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Ermos, uma cidade perdida nas entranhas de Khaz'Varn, é um lugar envolto em mistério e cultura ancestral. Considerada a mais antiga de todas as cidades anãs de Khaz'Varn, Ermos carrega uma história profundamente marcada pela grandeza, decadência e o cataclismo que a transformou de um próspero centro de mineração em um santuário silencioso, onde as sombras dos antigos reis anões continuam a vigiar. O nome “Ermos” vem das palavras antigas, que significam “refúgio” e “esquecimento”, refletindo não apenas seu passado glorioso, mas também o legado de abandono e reverência que permeia suas ruínas.

Originalmente, Ermos era um nó vital de riqueza e prosperidade, um lugar onde os anões, com sua maestria incomparável em mineração, extraíam as mais preciosas pedras e metais raros conhecidos no reino de Khaz'Varn. Ouro, diamantes, esmeraldas e rubyros brilhavam nas mãos dos habilidosos mineradores, alimentando a economia próspera e permitindo à cidade florescer como um dos centros de comércio mais importantes da região. As cavernas de Ermos eram imensas, e se estendiam por quilômetros sob a terra, com veios ricos em minérios que pareciam não ter fim. As grandes fornalhas e salões de pedra ressoavam com o som das marteladas dos trabalhadores, e as ruas estavam adornadas com estátuas de reis e heróis, esculpidas em mármore e adornadas com pedras preciosas.

No entanto, o que parecia ser um reinado de prosperidade e glória, rapidamente se transformou em um pesadelo para os habitantes de Ermos. Durante o que muitos chamam de o Cataclismo de Khaz'Varn, a cidade foi atingida por uma série de desastres naturais devastadores, seguidos por uma violenta invasão de forças externas. Terremotos imensos, seguidos por erupções vulcânicas e desabamentos nas grandes cavernas subterrâneas, deixaram Ermos em ruínas. As galerias de mineração mais profundas foram seladas por desmoronamentos e fluxos de lava, impossibilitando a exploração e a recuperação das vastas riquezas que uma vez tornaram a cidade famosa. As grandes fornalhas, onde o ferro e o ouro foram forjados em reluzentes armas e joias, estavam agora extintas, e as ruas de pedra, que antes eram alegres e vibrantes, tornaram-se sombras de um passado distante.

No entanto, o que poderia ser considerado o fim de Ermos se tornou, na verdade, o início de uma nova era para a cidade. À medida que a devastação se instalava, o povo de Ermos tomou uma decisão monumental: transformar a cidade em um memorial sagrado, dedicado à honra dos antigos reis anões e à preservação da história de sua grandeza. As ruínas de Ermos foram transformadas em um mausoléu de recordações e legado, com as túmulas reais e os santuários dos grandes governantes anões espalhados por toda a cidade. Em cada esquina, os ecoantes sussurros das pedras e os olhares petrificados das estátuas dos antigos reis permanecem como um lembrete da glória perdida.

Ermos tornou-se, então, um lugar de veneração e peregrinação. Os descendentes dos anões e aqueles que buscam sabedoria ancestral vêm até aqui para reverenciar os grandes reis do passado e buscar ensinamentos ocultos nas páginas de textos sagrados, runas e artefatos deixados pelos governantes antigos. As bibliotecas de Ermos guardam pergaminhos raros que falam de tempos antigos, de batalhas épicas contra monstros míticos e de segredos ocultos nas minas profundas que jamais foram revelados. Os textos relatam histórias sobre as grandes vitórias, os poderosos feitiçaria e as artefatos mágicos que antes pertenciam à nobreza dos reis, mas que agora estão escondidos nas galerias esquecidas, aguardando o momento certo para serem redescobertos.

Apesar de sua transformação em um local sagrado, Ermos ainda mantém vestígios de seu passado como centro de riqueza e poder. Em meio às ruínas de palácios e túmulos reais, há rumores de que tesouros incalculáveis permanecem escondidos nas galerias proibidas e câmaras secretas que foram seladas após o cataclismo. Esses locais estão protegidos por armadilhas mágicas e mecânicas, criadas pelos antigos mestres anões para impedir que os caçadores de riquezas ou aqueles que não têm honra desonrem os sepulcros dos reis. Aqueles que ousam entrar nessas galerias proibidas frequentemente se deparam com enigmas e forças sobrenaturais que testam sua coragem, sabedoria e espírito. As sombras dos antigos reis ainda pairam nas paredes da cidade, e muitos acreditam que seus espíritos continuam a proteger os tesouros e artefatos que foram deixados para trás.

Nos últimos séculos, Ermos tornou-se também um centro de estudo e pesquisa. Estudiosos e sábios anões, motivados pela busca de conhecimento perdido, continuam a explorar as profundezas da cidade, tentando decifrar as runas antigas, entender o poder das relíquias e restaurar o que foi destruído. Alguns deles acreditam que a chave para restaurar a prosperidade de Ermos e, talvez, até mesmo a salvação de Khaz'Varn, está escondida nas profundezas da cidade. Esses estudiosos, com sua busca incessante por respostas, se arriscam em expedições perigosas, entrando cada vez mais fundo nas galerias esquecidas, guiados apenas por mapas velhos e lendas transmitidas por gerações. Eles acreditam que a cidade guarda segredos secretos que poderiam mudar o destino de todos os anões de Khaz'Varn, mas, até agora, nenhum deles foi capaz de trazer à tona as verdades que Ermos ainda guarda com tanto zelo.

Além disso, Ermos é também um lugar de grande respeito entre os clãs anões. Os clãs mais poderosos enviam seus líderes e herdeiros para peregrinar até a cidade, buscando orientação dos espíritos dos antigos reis. Muitos acreditam que, ao se aproximar dos túmulos reais e orar nas câmaras sagradas, os deuses anões concedem bênçãos e sabedoria para os governantes de hoje. Este ritual de veneração é considerado vital para o fortalecimento dos clãs e para manter a coesão entre os anões, especialmente em tempos de crise. De fato, a religiosidade e as tradições em Ermos ainda desempenham um papel vital na cultura anã, e a cidade permanece um ponto de união espiritual para todos aqueles que possuem sangue dos antigos reis.

Porém, a cidade de Ermos não é apenas um local de memórias sagradas e sabedoria ancestral. Ela também carrega em seu seio uma energia poderosa e perigosa que ainda não foi completamente compreendida. A cidade pulsa com vida, mas é uma vida que está entrelaçada com o passado, e não necessariamente com o presente. Os ecos dos antigos reis reverberam nas pedras, as sombras parecem se mover pelas galerias desertas, e aqueles que se atrevem a andar pelos túmulos de reis muitas vezes sentem uma presença inexplicável, como se estivessem sendo observados pelos próprios espíritos dos governantes antigos. Ermos é, sem dúvida, um lugar onde o passado e o presente se encontram, e onde os mistérios do passado ainda têm o poder de moldar o futuro.

Em suma, Ermos não é apenas uma cidade antiga, mas um testemunho imortal da resiliência e da sabedoria dos anões. Ao mesmo tempo, é um local de perda, luto e esperança, onde as memórias dos antigos reis continuam a guiar os passos dos descendentes e onde o futuro ainda aguarda para ser escrito. Para aqueles que têm coragem de explorar suas profundezas e desenterrar os segredos que ela guarda, Ermos oferece grande recompensa — mas também imensos perigos que podem levar à perdição.

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