Oculto nas profundezas mais inóspitas do Reino de Quiméria, Ghulmar é uma terra esquecida pelos deuses e temida até mesmo pelos mais ousados aventureiros. Aqui, não há redenção, não há esperança – apenas um mundo governado pela selvageria ancestral e pelas leis das criaturas sombrias que ali imperam. Ghulmar não é feito para mortais. Nenhum ser humano vive ou sobrevive nesse domínio – apenas as bestas, aberrações e criaturas místicas corrompidas que nasceram do caos e da magia negra.
Este território, encravado em uma região onde a vida parece ter sido devorada pela própria terra, é coberto por florestas retorcidas, planícies negras e montanhas quebradas. Mas, em meio ao caos, ergue-se a memória de um passado ancestral: castelos arruinados, cobertos por musgo e trepadeiras vivas, ainda resistem ao tempo, testemunhas silenciosas de batalhas antigas e reinados perdidos. Suas torres desabadas apontam para um céu perpetuamente encoberto, onde nuvens de fumaça mágica giram em espirais antinaturais.
Essas ruínas são agora tomadas pelas criaturas que dominam Ghulmar. As muralhas outrora imponentes abrigam ninhos de quimeras, salões ancestrais se tornaram lares de necromantes bestiais, e as florestas tomaram as salas do trono com raízes vivas, que sangram se cortadas. O tempo e a magia transformaram esses locais sagrados em ecos macabros de um passado esquecido – e os únicos a habitá-los são monstros nascidos da escuridão.
Ghulmar pulsa com uma energia sombria e selvagem. O solo é fértil apenas para a morte. Sangue derramado aqui não desaparece – é absorvido pela terra como oferenda. As criaturas que vivem neste lugar são os verdadeiros senhores de Quiméria: espectros vingativos, feras místicas de múltiplas cabeças, cavaleiros espectrais e dragões de sombra. Aqui, o mal não é exceção – é a única regra.
Embora a selvageria reine, há também ordem – uma ordem cruel e impiedosa. Cada território é comandado por uma criatura maior, um senhor de guerra monstruoso ou um feiticeiro imortal, e seus domínios são marcados por símbolos feitos de ossos, cinzas e fogo eterno. Rituais são realizados sob luas corrompidas, e as guerras entre facções são constantes, não por conquista, mas por supremacia e glória perante os deuses do abismo.
O som de tambores feitos de peles demoníacas ecoa pelos vales, acompanhado pelo rugido de feras antigas e pelo sussurro de espíritos acorrentados. Ghulmar não dorme – ele respira, se contorce e observa, como se a própria terra tivesse consciência e estivesse à espera da próxima vítima.
Para o restante de Celestian, Ghulmar é um lugar proibido. Poucos ousam atravessar suas fronteiras, e os que o fazem raramente voltam com corpo ou mente intactos. A escuridão que habita esse território se agarra à alma, e mesmo os mais fortes acabam caindo diante de sua influência.
Ghulmar não é apenas parte de Quiméria – é seu coração mais perverso, seu símbolo máximo de poder, destruição e legado sombrio.