Valghu é uma terra marcada pela grandiosidade de um passado distante, onde a memória de titãs esquecidos ainda assombra cada pedacinho do solo. A cidade foi erguida sobre os restos desses gigantes que um dia caminharam sobre a terra, dominando os reinos e desafiando os próprios céus. Hoje, as ruínas de Valghu são um lembrete de sua antiga glória e da sua queda. Cada rocha, cada osso, cada sombra que percorre as ruínas carrega o peso da história de seres colossais que governaram com um poder avassalador, e cuja força ainda ressoa nos corações de seus descendentes.
A cidade foi construída com a utilização das partes de corpos titânicos, ossos tão enormes que foram transformados em pilares, paredes e fundações de edifícios imponentes. Algumas dessas estruturas são tão antigas que se fundiram ao terreno, parecendo parte integrante da própria paisagem, como se a cidade tivesse crescido e se adaptado ao seu ambiente imortal. Os titãs que caíram aqui não morreram; sua essência ainda permeia o ar, e, em certos momentos, os habitantes de Valghu juram sentir a terra tremer levemente sob seus pés, como se os corações dos titãs ainda batessem nas profundezas do planeta. Esse tremor constante é uma lembrança do poder adormecido que ainda reside sob a superfície, esperando para ser despertado.
Os habitantes de Valghu não são pessoas comuns. Eles são descendentes de antigos caçadores que desafiaram os colossos em tempos passados e, através de um legado de força e habilidade, agora vivem entre os ossos dos gigantes. Eles veneram os titãs como divindades e acreditam firmemente que um dia seus mestres adormecidos acordarão para reivindicar o que lhes foi tirado. Para os moradores, os titãs são mais que lendas; são os pilares de sua existência, e suas crenças permeiam todas as facetas de sua vida. Os rituais realizados em Valghu são sagrados e brutalmente exigentes. Os mais fortes, mais ágeis e mais destemidos devem provar seu valor para obter o direito de carregar o legado dos titãs e ascender a posições de poder e honra dentro da sociedade.
Esses rituais, muitas vezes iniciados nas sombras de suas imponentes construções de pedra e ossos, são testamentos de força e resistência. Não se trata apenas de testar a habilidade física, mas também de dominar a energia mística que emana das ruínas. Diz-se que esta energia concede uma força sobrenatural, uma conexão com os titãs adormecidos, permitindo que aqueles que se destacam no teste possam imitar os feitos heroicos dos gigantes e serem dignos de serem chamados de verdadeiros filhos de Valghu.
A cidade é marcada por uma atmosfera de constante reverência e expectativa. Não há tempo para fraquezas, pois os habitantes sabem que os titãs não têm paciência para aqueles que não demonstram força e lealdade. Eles sabem que o despertar dos titãs não será um evento glorioso, mas sim um cataclismo de poder, um momento em que apenas os verdadeiros filhos da terra serão capazes de se erguer ao lado de seus mestres. Até lá, eles continuam a cultivar suas lendas, a se preparar para o retorno de seus gigantes e a honrar cada fragmento dos seus imponentes antepassados, sabendo que o destino de Valghu está intrinsecamente ligado àqueles que repousam em silêncio abaixo de seus pés.